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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

localização: extremo sul da Bahia.

Passar um dia no extremo sul da Bahia para repor as baterias pode ser muito eficiente. Eu queria me sentir de férias uma vez e foi bom, ainda mais considerando que todo o Brasil está de luto por Santa Maria, entre outras coisas, e eu não tenho nem palavras pra descrever o quão essas tragédias me deixam estranha (ainda mais quando podia ter acontecido comigo. Porque eu saio e eu nunca verifico se os lugares que vou tem saída de emergência. E eram pessoas como eu, comemorando porque passaram no vestibular, assim como eu). Enfim. Eu fui visitar minha irmã e voltei hoje. Foi pouco tempo, mas foi bom. =3

Segue-se algumas fotos da viagem, então eu tenho pena de você se você tiver a internet lenta, mas nada posso fazer. Eu provavelmente não as colocarei em outro lugar. Não sei onde colocar!

é uma bala que tem o furo em formato de coração lol ♥
minha irmã com Alice.

Alice e seu pai nhom nhom

Alice de novo nhom nhom nhom

eu resolvi ser hipster feeling 2006 bj

oh =3
editei hipstamente com filtro vintage porque eu quis ok
oh cabelos voando na minha cara enquanto tiro essa foto desprentesiosamente ops

acredite: essa foi a foto com maior foco que consegui, com essas malditas flores

arara digníssima

arara divissíma fazendo pose pra minha pessoa

anoitecer em Caravelas

tem uma história que diz que alguém baixou uma ordem proibindo mulheres de respeito de transitarem nessa rua, por ter muitas prostitutas. Diz a lenda que a maçonaria, que fica na rua paralela, tem uma passagem ~secreta~ que dá direto nessa rua. Então homens respeitáveis iam pra maçonaria serem pessoas respeitáveis e quando acabava a reunião, caíam na putaria. tsc tsc tsc

você também não conseguiria ter foco se você não tivesse um tripé e mosquitos devorassem seu corpo enquanto você segura a câmera ok
entrada da igreja católica de Caravelas
perto da casa de minha irmã =3
praia pertinho da casa de minha irmã lol. não sei o que são esses cabos azuis, só achei legal

na volta, Alice segurando o dedo do tio dela =3

domingo, 27 de janeiro de 2013

Curse of the Golden Flower: família se fodendo a nível imperial

Fonte: filminspire
 2006 | China | Dirigido por Zhang Yimou

Hoje eu assisti Curse of the Golden Flower, título em inglês prum filme chinês do cara que fez O Clã das Adagas Voadoras (que assisti há séculos e não lembro da história, apenas de ter ficado encantada com as lutas dos carinhas em cima de bambus). Como é um filme chinês, do qual não entendo bulhufas, e ter assistido com as legendas em inglês, que entendo um pouco mais, então devo ter perdido muita coisa da história. Eu entendi que o filme é bonito e é uma filhadaputagem do começo ao fim.

(favor observar que não gravei nome de ninguém)

Basicamente o filme é sobre uma família imperial, com a mocinha sendo a Imperatriz e tal e o Imperador volta, com o filho general, algo assim, que é o segundo. O cara fodão tem três filhos, um com uma mulher lá que morreu (enteado da Imperatriz) e outros dois com a Imperatriz. Aí você saca que a Imperatriz tá doente lá e bebe remédios a cada duas horas praticamente (alegremente anunciadas por uma tropa de empregados dizendo "Hora do Rato!" "Hora do Tigre!" "Hora da Serpente!"). Aí aos poucos você vai se inteirando quem pega quem, quem tem raiva de quem e quem tá querendo matar quem.

Não se preocupe, não vou te contar. É tudo spoiler.

Apenax adianto: não queira ver esse filme se cê gosta de coisas felizes. O filme é drama do começo ao fim. Eu ri muito com muitas partes, mas isso é porque sou ruim e gosto de ver o circo pegando fogo. Além disso, o filme é realmente bonito. Assim, se você não é uma pessoa que simpatiza muito com dourado e vermelho, vai detestar do começo ao fim, exceto por umas cenas lá bem azuis que são fora do palácio. Porque, no geral, o filme é todinho dourado e vermelho. O palácio está se preparando para um festival de crisântemos, então o jardim está todo amarelo, e as pessoinhas só andam de roupas com bordados dourados, e usam coroas douradas, enfeites dourados, maquiagem dourada. Para cê ter uma noção, o BATOM da imperatriz é vermelho e dourado. É uma overdose de ouro até não poder mais.

(mas eu amo dourado e amo vermelho. quer dizer)

A Imperatriz em seu traje simples. Fonte: shhhp
 Eu simpatizei com a atuação de todo mundo. Escolhi aqueles personagens preferidos, achei todos divos (especialmente numa cena épica do Imperador no qual você já adiciona o slogan: L'OREAL PORQUE VOCÊ VALE MUITO) e a fotografia está realmente deslumbrante. Os aspectos técnicos foram trabalhados à exaustão: o palácio, o jardim, tudo é muito bem trabalhado. E o vestuário, gente, o vestuário. Você nunca viu roupas tão douradas em sua vida. Você nunca viu bordados que brilham tanto assim, tecidos tão cintilantes e o estupendo decote que as mulheres usam. Sabe o que é o peito ficar praticamente para fora? Sim, a Imperatriz está para lá e para cá com seus redondos peitos quase para fora, bem como a filha do médico e todo o resto. E, como esse parece ser um critério importante, eu quero ressaltar a beleza de vários atores envolvidos: a atriz que faz a Imperatriz é a que fez Hatsumomo em Memórias de uma Gueixa e eu não sei se você lembra, mas Hatsumomo era conhecida por ser extraordinariamente bonita. Bem, a Imperatriz é lindíssima. Você pode até discordar, quando ela usa a maquiagem pesada e os coques elaborados, mas veja só os momentos que o penteado se desfaz e a maquiagem é mais neutra: é de uma beleza realmente... eu realmente admirei muito. O cara que faz um dos filhos também não é nada mal de se apreciar, especialmente em seus momentos de valentia. E o próprio Imperador... cara, o homem tem olhos meio cinzentos. E fica super bem nele. Ele poderia ser, de boa, o pai da Sayuri (de Memórias de uma Gueixa). E a mocinha que faz a filha do médico também, super cara de meiga se você não curtir muito o ar fatal da Imperatriz.

Enfim, só beleza.

(e eu sei que boa parte da galera ocidental tem problemas em diferenciar um asiático do outro. Nesse filme, não tem esse tipo de problema. Dá pra distinguir muito bem um do outro. A menos que você tenha propagnosia, aí é outro caso)

Resumo da história: filme com fotografia e elenco de derreter de tão bonitos que são, com uma história que gira em torno de uma família que faria super bem em pegar toda a grana daqueles crisântemos e investir em uma terapia das pesadas. Pro resto da vida.

(e tem ninjas. Sério. Se você não quiser ver vermelho e dourado, ao menos veja pelos ninjas. Eles valem a pena.)

ps.: seguem imagens do filme porque achei impossível escolher uma ou duas para ilustrar o post. espero que sua internet seja rápida nesse momento.

Fonte: fantasticpleasures
Fonte: mi9
Fonte: Terry Steiner
Fonte: ionium

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

sobre o caso do delegado que foi machista

Sobre o delegado que twittou criticando primeiramente a colega de trabalho por esta ter apresentado atestado, ter se ausentado e então aparecer online. Não demorou muito, o ilustríssimo delegado começou a criticar as mulheres, estas sendo colegas de trabalho, dizendo que, de todas, apenas uma apresentava a coragem necessária para trabalhar na polícia. Sinto informar que os comentários para defender o nobre homem possuem um teor altíssimo de machismo, misoginia e imbecibilidades no geral. Meus comentários pontuais e super relevantes a respeito:

1) Pessoinhas estão protestando vigorosamente na internet contra a exoneração (já acontecida) do sujeito. Eu apenas digo o seguinte: em qualquer lugar do mundo, se você fala mal do seu trabalho e/ou dos seus colegas de trabalho em qualquer rede social, você se sujeita à sofrer expulsão, demissão, exoneração. De qualquer modo, você vai ser convidado a sair. É uma questão de ética: você não fala mal do seu trabalho na internet. Ponto final.

2) O problema não é nem reclamar da moça que faltou ao serviço. O problema está na generalização. Está, pior ainda, na generalização de uma minoria social que ainda hoje está apanhando para se colocar no mundo profissionalmente falando. É 2013 e a gente ainda tem que ouvir que chegamos a um cargo importante porque demos pra alguém. Porque, sim, ainda há delegadas e juízas e uma porrada de mulher que tem que ouvir que não é boa o suficiente e ter sua competência questionada porque, oh-meldelz, é uma mulher. A presidente do Brasil volta e meia tem que receber algum tipo de escárnio que outro presidente não receberia.

3) E aí, brilhantemente, aparecem seres ilustres que sentem uma profunda necessidade de comentarem que a situação é isso aí. Que mulheres são realmente preguiçosas e incompetentes e citam casos específicos. A mocinha que entregou atestado pra fazer compras. A mocinha que deu em cima do chefe. Todas mulheres. Acho absolutamente incrível que vocês só lembrem de mulheres inaptas, desordeiras, preguiçosas, fúteis e incompetentes. Que vocês nunca lembram de um homem que seja assim, e quando lembram, vocês atribuem isso à uma falha no caráter. Mas quando é uma mulher, você aproveita para imediatamente dizer que todo o gênero é assim mesmo.

É a mesma coisa de eu afirmar categoricamente que eu tive uns professores incrivelmente relapsos e incompetentes para tal função. Aí percebi que a semelhança entre eles é o fato de serem homens e a partir daí, eu considerar que os homens são naturalmente relapsos e incompetentes e me incomodar com homens sendo professores. E esquecer que há mulheres sendo relapsas e incompetentes como professoras. Acontece que homens não são uma minoria social. Eu achar isso não significa que a sociedade acha a mesma coisa. Eu vou ser solitária se eu tiver essa opinião. Aliás, eu aprendi que os homens são diferentes um do outro e que o fato de um ser um imbecil, não significa que outros sejam.

Mas vocês não aprenderam que mulheres são pessoas. Vocês aprenderam que mulheres formam uma única massa, quase como um cérebro único pensando a mesma coisa. E que se as suas coleguinhas de trabalho te desagradam como coleguinhas de trabalho, obviamente o resto é a mesma coisa. Se você vê uma dando em cima do chefe, você vai atribuir isso não à ela em especial, mas à toda a categoria feminina. Porque, na sua cabeça, todas as mulheres são representantes do seu gênero. E o que nós fazemos, individualmente, vai influenciar a sua opinião acerca de todo o nosso gênero.

Isso é perigoso por ser um tanto generalizante. Esse tipo de postura retira o nosso direito de sermos humanas, portanto com direito à falhas. E nos desumaniza, o que torna o tratamento dado às mulheres um tanto cruel.

4) Um tipo de coisa que eu não gosto muito é o fato da crítica ser um tanto individual. Esse cara agiu de forma anti-ética, twittando e tudo o mais, mas o foco não deve ser sobre o quão ele foi idiota, mas no fato de que ele recebeu apoio bem expressivo e de como o pensamento dele é parte do que a sociedade pensa sobre o gênero feminino. Quando você passa a questionar só o cara, você acaba focando na coisa errada. É a mesma coisa com as pessoas que ficam criticando "mulheres que dão em cima nos superiores pra se dar bem". Essas pessoas repetem essas merdas por aí e nem se dão conta do que estão falando. E aí você está aí apontando o dedo e criticando a mulher por dar em cima, como se essa fosse uma falha de caráter pertencente unicamente à ela e a sociedade nada contribuísse para isso.

Se você vive em uma sociedade que atribui um claro valor ao seu corpo, é comum, então, que você enxergue a si mesma como um objeto. Se você vive em uma sociedade como a nossa, no qual meninas são incentivadas a arrumar um marido rico ou a ser modelo, então você passa a achar que sua aparência é tudo. Se uma menina já cresce sabendo que a função dela é casar e ter filhos, então não tem nada de anormal que ela siga esse padrão. Nem todas as meninas tem a minha sorte de crescer ouvindo que eu tinha que estudar e ser independente. A maioria das garotas cresce ouvindo que tem que cumprir com as tarefas do lar. Que tem que arrumar um bom marido. E são constantemente cobradas por isso.

E se você vive em uma sociedade no qual as novelas, filmes, livros, etc. giram em torno de como moças sofrem na vida e são salvas por seus príncipes encantados, você cresce aprendendo que você precisa de um homem. Se você cresce ouvindo que precisa de um homem e você já entendeu que você é um objeto, então... me diz aí a consequência disso tudo? Tá óbvio.

(aí você, que vê a mulher como um objeto, algo para ser usado e abusado, vai lá e diz que é um absurdo que ela seja um objeto na hora de conseguir as coisas. Amor, a sua mentalidade é o que faz tudo isso andar do jeito errado. Experimente ver aquela sua coleguinha de trabalho como gente e pare de questionar a competência apenas por ser mulher. Experimente vê-la como gente e atribua as falhas dela à ela, como pessoa, não à ela por ser alguém do sexo feminino)

~ Enfim.
É um pouco cansativo dissertar sobre coisas óbvias e redundantes, mas eu senti necessidade. O mundo seria tão mais confortável se essas coisas fossem óbvias para todo mundo. Muito mais fácil viver.

Mas nem tudo é como a gente quer.

fonte: Women at War (pfvr alguém passe o link pro delegado e ele aprende uma ou duas coisinhas sobre mulheres nas forças armadas no geral)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

6 coisas que quero fazer antes de ir embora


Hi!
Eu voltei de Juiz de Fora ontem (comentários básicos: muitas ladeiras sos e achei o sotaque de lá muito fofo) e ainda não caiu direito a ficha de que tô matriculada na UFJF, de que sou caloura again (tá duro, me acostumei demais com meus quatro anos de veterana no IFBA) e de que eu vou mudar de cidade (mudar de casa tá tranquilo, morei em umas dez casas, eu acho, em toda a minha vida e eu nem cheguei à vinte anos de idade). Eu espero passar por isso de boa, porque né, quem sobrevive ao IFBA sobrevive a qualquer coisa. Mas acontece que descobri que tem uma série de coisas lindas que ainda não fiz por motivos de preguiça, proscratinação, falta de vergonha na cara, entre outros motivos, e amaria fazer antes de me mudar.

Basicamente essas coisas são:

um dia ainda tiro foto assim. (fonte: flickr da Anna Willliams)

1. Fazer o bendito ensaio fotográfico amador com Esdras e Luana.

Prometi isso há SÉCULOS. É um projeto meu e de Enya já faz uns dois anos mais ou menos, e a coisa ainda não saiu da conversa. Mas eu não me darei por realizada enquanto eu não fizer e eu aprender alguma coisa sobre fotografar pessoas, coisa no qual eu sou um fracasso monumental. Então eu vou fazer. E vou aprender a tirar fotos de outras pessoas. 

achei poético (fonte: tumblr Live, Laugh, Love)

2. Fazer uma segunda tatuagem

Tá programado para março. Já decidi o que vai ser e o lugar =3
Será apenas algo para que eu lembre, todos os dias, de quem eu sou e o lugar de onde venho. Um porto seguro quando eu estiver insegura em outra cidade e algo que possa definir o que eu quero. 

não é meu projeto, mas achei divissímo (fonte: Shambolic Smokers Never Sleep)

3. Cortar o cabelo e pintá-lo novamente.

Motivos estéticos. Apenas acho que recomeçar um ciclo em outro lugar é uma ocasião adequadíssima para mudar o cabelo, e eu aprecio muito a idéia de mudar as cores fantasia nele (atualmente estou apenas com a nuca verde graças à uma descoloração irregular. Felizmente o verde saiu bonito até). Eu ainda não me decidi direito, mas estou muito inclinada a tentar um roxo mais claro. Mas isso significa que necessito comprar um descolorante melhor e ser menos preguiçosa para cuidar do meu cabelo.

hahahaha né (fonte: esse blog gringo de ciência)
4. Engordar e doar sangue

Eu nunca chego no peso ideal. E quando cheguei aos 50 kg, foi a época que eu estava estudando de manhã e trabalhando de tarde e eu sequer conseguia pensar em arrumar tempo para ir doar sangue. O fato é que eu nunca fiz isso por falta de vergonha na cara. Mas agora estou com menos de 50 kg, logo estou impedida de doar sangue. Eu amaria se eu conseguisse engordar (nos lugares certos pfvr) para poder doar sangue (e isso tem que ser antes de fazer a tatuagem). 

(juro que tento engordar fazendo a porca, mas não dá, gente. não rola. passo mal só de pensar em comer muito)

nhom nhom nhom (fonte: There's only one boy who deserves the treasure)
5. Aprender a cozinhar

E minha mãe agradece. Gente, acho um absurdo ter dezenove anos na cara e não saber fazer um arroz. Me comprometo a, até me mudar para Juiz de Fora, saber fazer um arroz básico, um feijãozinho, quem sabe rola até um macarrão especial ou algo do gênero. Tenho ainda o objetivo de conseguir descobrir uma sobremesa linda e maravilhosa que eu saiba fazer lindamente. E antes que venham falar mal de mim: eu não sou tão ruim assim na cozinha. Todas as vezes que já me arrisquei, não fui um desastre. Eu apenas não tenho prática ok

ai gente mas vcs hein (fonte: facebook. é sério.)
6. Ter uma vida social decente

Acho válido. Estou de férias, plmdds.
(o único probleminha é que eu preciso de dinheiro para uma vida social e, bem, veja só: eu não tenho. Mas tudo na vida se dá um jeito)

Seis "metas'.
Acho que será muito, muito divertido tentar realizá-las em um espaço de dois meses, enquanto eu tento administrar minhas finanças para que elas dêem conta da mudança e o meu tempo para que eu possa gastar com todo mundo que seja especial e tudo o mais. Obviamente tem o espaço reservado à esse blog, mas ele é um projeto a longo prazo, então de boa. Mas até março/abril, muita água pode rolar e a gente vê como as coisas se arrumam. Enquanto isso, eu cuido para que a vida aconteça tranquilamente. O essencial é que tudo aconteça sem nenhum problema ou drama maior, e eu amaria fazer todas essas coisas, mas sem arrependimento se não rolar. 

Até mais =3

(sim, eu farei posts mais decentes da próxima vez. Deixa eu ver algum filme decente pra poder resenhar, pfvr, ou algo assim)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

bilhete de "tô indo aí, já volto"

Hi!
Apenas hoje que consegui finalmente resolver tooooda a papelada relativa à matrícula, escola, relatório, bla bla bla. Um saco, mas deu tudo certo no final e é isso que importa. Eu não quero nem pensar agora no que realmente significa fazer a faculdade, porque é mais do que sair do ensino médio e começar a ser universitária. Eu vou mudar da cidade em que vivo desde os meus três anos de idade e morar em outra totalmente desconhecida. A única coisa que fiz foi ficar lendo toda a Wikipedia de Juiz de Fora. E pesquisar sobre o preço médio do pão, imobiliárias, ir no Google Maps e ficar me perguntando como vou me manter lá. Aí amanhã (ou hoje) eu vou viajar bem cedinho para me matricular (♥) e espero que tudo corra bem e que Juiz de Fora seja uma cidade fofa e linda comigo. 

Vou deixar vocês apenax com três videoclipes que fizeram minha felicidade nesses últimos dias ♥
(clique nas imagens pra ir no vídeo pq o blogger mudou de layout faz tempo e agora não consigo mais colocar vídeos. /chateada)


(desculpa, mas essa coreografia é de me deixar nos céus de tão bonitinha e sincronizada que é. E eu gosto de movimentos pélvicos bj)


(sim, é One Direction. E vocês que curtem Nicki Minaj?)


(gente, esse vídeo fez meu dia. Sério)

Perdão por não escrever muita coisa, mas eu passei os últimos dias vegetando enquanto fazia o relatório e depois conseguindo todos os documentos e tudo o mais. Eu não pensei muita coisa, muito menos estruturando qualquer coisa que não fosse um projeto de redes em palavras e parágrafos. Não que eu goste de projetos de rede. Eu nunca mais quero chegar perto disso. O que importa é que estou livre do IFBA e, sinceramente, saber formatar meu computador e não passar por idiota se meu pc der pau é o suficiente. Não pretendo seguir nessa carreira. Mas de boa.

Até domingo! ♥

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

4 coisas que me irritam em séries americanas

AVISO: spoilers spoilers spoilers de Glee, Pretty Little Liars, Dexter e True Blood. Acho que é só, por enquanto. 

[sorry não colocar aviso antes, mas tinha esquecido e Marina quem lembrou lol ♥]

Quinn Fabray: maior exemplo das incoerências de Glee. Fonte: helenshowalter
1. Erros de continuidade

Galera, se X e Y são amigos na primeira temporada, eles CONTINUAM amigos na segunda temporada a menos que haja um bom motivo e muito bem explicado do fim dessa amizade. Relações humanas não são cortadas do nada, corpos que reaparecem em uma festa de Halloween não são esquecidos e, sim, eu quero saber como a fulaninha tá vivendo depois que na série foi dito que ela saiu da casa de não sei quem. 

Em Glee, Quinn e Mercedes ficam amiguissímas tipo unha e carne na primeira temporada. Quando Quinn é expulsa de casa por ter engravidado, Mercedes faz a boazinha e abriga ela na casa e tudo o mais. O final da primeira temporada é o parto de Quinn super na vibe emocional, com a performance de Vocal Adrenaline de Bohemian Rhapsody. Quer dizer, enquanto Jesse e Companhia cantavam Queen lá, Quinn estava parindo com Mercedes do lado dando apoio pra o que der e vier. Aí chega segunda temporada e... silêncio. Elas nem agem como se fossem amigas, apenax conhecidas. Cadê a amizade em níveis profundos? Cadê aquele companheirismo? Quinn MOROU com Mercedes, mas nada se disse a respeito. 

Eu acho erros de continuidade chatíssimos. Eles comprometem o entendimento da história. Porque é aquela coisa: você cria uma história, lança dúvidas aqui e ali. Quem matou Fulana? Por que Sicrana tava chantageando Beltrano? Será que era o meu ex mesmo naquela festa? E aos poucos você vai respondendo as dúvidas e contando uma história. É essencial que você mantenha tudo coerente. É essencial que os personagens não pareçam que esqueceram coisas importantes. No 13º episódio de Pretty Little Liars, o CORPO de Allison aparece em uma festa de Halloween de uma forma realmente traumatizante. Mas no episódio 14º, ninguém fala um A que seja. Não, agora o foco é bora voltar a falar de Mona e seu retorno. E o corpo??? (mas a festa não foi ignorada. Eles falaram de Garret. É alguma coisa, pelo menos)

Eu não gosto de série que a coisa não fecha. Eu gosto de ver série que cada acontecimento influencia o próximo, em uma cadeia de eventos, e que tudo faz sentido. Que acontecimentos antigos pra cacete não foram ignorados, que são importantes. Eu gosto de ver séries que rivalidades e amizades fiquem num nível coerente e eu saber que Fulana continua falando com Sicrana, e saber o porquê de Beltrano não querer mais olhar na cara de Fulana. Eu quero que me expliquem isso. Por favor.

(série que peca horrores nisso, nível master: Glee. Eu nunca sei se Rachel tá brigada ou não com Finn, e nunca sei se Quinn tá de boa ou não com Santana. E nunca sei com qual cara Quinn está. Aliás, eu me confundo com o troca-troca. E os personagens novos são tão imprestáveis que eu mal decoro os nomes deles)

Alcides: desculpa, mas é muito músculo e pouca substância na série.
2. Personagens/plots inúteis

Morram todos.
Eu nunca assisti Desperate Housewife, mas ouvi dizer que existe um episódio por temporada que é um episódio de alguma catástrofe e que um monte de gente morre nesses episódios. Eu sou da opinião de que é ESSENCIAL as séries adotarem isso como prática. Toda temporada necessita de limpas frequentes, para ir eliminando essa galera que não faz nada. Por exemplo, eu sou da opinião de que em True Blood, todo mundo que é da Autoridade tem que morrer. Isso inclui aquela mulher louca, a irmã de Eric, todos os comparsas, os soldados todos. Aí aproveitava o embalo e colocava um furacão lá, e matava os lobisomens. Pronto. Acabava esse plot. Aí colocava o furacão pro outro lado e dava um jeito nas fadas, porque são tão inúteis que mesmo em vinte ou trinta, ainda assim são incapazes de matar um vampiro. 

Em Glee, eu não vejo problema em acabar com mais da metade do elenco. Não acrescentam nada. Tina existe desde a primeira temporada, e não fez nada que prestasse. 80% dos personagens são como ela. Todo mundo ali só existe pra servir Rachel e agora que ela tá brilhando em Nova York, tá todo mundo perdido com uma guriazinha nova que não tem um décimo da atitude que precisa ter pra ser a nova voz do grupo. Certo tá Dexter: tem poucos personagens, e sempre rola umas três mortes no final de cada temporada. Sempre elimina-se gente proporcional à galera que entra, e o número de personagens se mantém. Embora eu me pergunte porque Quinn ainda está vivo: ele não tem nenhum plot decente. 

O bom é que às vezes eles são inúteis, mas cê curte, né. É aquela coisa. 

(favor não confundir personagens secundários com personagens inúteis. Ou não confundir plots idiotas com plots inúteis. Community tem uns plots bem idiotas e nonsense, mas não significa que são inúteis, pelo contrário. Apesar de eu nunca ter entendido a história da escola dos construtores de ar-condicionado.)

"desculpa te fazer esperar um ano pra descobrir o que vai acontecer com Debbie bj"
3. Hiatus que demoram uma eternidade

Pausa no Halloween. Pausa no Natal. Pausa pra comemorar níver do escritor. Pausa pro lanchinho. Pausa pra inspiração baixar. A série tem doze episódios e passa uma vez por ano. E pobre de você que tem que esperar um ano para saber o que vai acontecer. Que o diga eu que acompanho True Blood desde que começou. Todo ano é a mesma conversa: acaba a série e eu tenho que sentar e esperar. Ou então sentar e esperar os episódios novos que vem depois de cada alinhamento planetário. Eu sou inteiramente a favor de férias e 13º para todos os atores e roteiristas, e acho super coerente que eles todos possam curtir as águas de Caribe ou esquiar nos Aspen, sei lá. Eu super concordo que atores também são gente. Mas, pessoinhas, vejam meu lado de consumidora. É absolutamente cruel que se faça apenas doze episódios de True Blood ou Dexter por ANO. E que SEMPRE termine com alguém morrendo e, NÃO, você NÃO vai saber o que aconteceu. Sim, você vai esperar UM ANO pra saber. 

Se isso é uma tarefa para exercitar a minha paciência, funciona. Apesar de ainda sofrer de abstinência quando sou obrigada a esperar no meio de um hiatus. Apenas choremos com a espera.

4 mentirosas que mentem muito, muito mal
4. Burrice

Pretty Little Liars sofre desse mal. Aliás, todas as séries sofrem, mas vamos focar em PLL porque acho essencial falar o quanto as meninas são TÃO tapadas com o que está bem na frente delas. Amor, se você tem o diário de Allison na sua frente contando todos os detalhes de coisas que ela sabia, você PEGA o diário e SAI CORRENDO. Você não fica uma temporada inteira toda construindo uma tese de "oh X é o assassino, bora pegar ele" e então ESQUECE e/ou IGNORA todas as provas que apontam para OUTROS suspeitos. Você não fica sabendo que tem alguém querendo te incriminar e então fica entrando nos lugares SEM LUVAS, deixando suas digitais por todo canto. Você não fica "oooh a gente descobriu isso e aquilo. Bora pra polícia contar nossas suspeitas" quando você já foi pra polícia e passou por louca. Você está sendo ameaçada e não pode contar pra ninguém? Então não fique correndo que nem barata tonta, cometendo todos os erros idiotas e caindo na teia do seu inimigo da melhor forma possível. Para eles, não para você.

Eu passo nervoso em Dexter com a mais profunda indiferença do protagonista quanto à câmeras de segurança. Vou ignorar o fato dele ter assassinado um cara NUM AEROPORTO e ninguém ter percebido. Isso passa longe dos meus critérios de coisas reais e possíveis. E eu acho um absurdo que nenhum dos humanos de True Blood pensou em, sei lá, andar sempre com uma corrente de prata com o objetivo de se proteger. Sookie vive sendo sequestrada, ameaçada, perseguida e toda uma série de coisas e ela é muito cobiçada pelos vampiros. Se eu fosse, no mínimo, andava armada com uma estaca, um revólver com balas de madeira com núcleo da prata, uma correntezinha básica. Mas não. Ah, não, então ela sempre está em perigo. Uma das cenas mais estúpidas é ela e suas amiguinhas fadas tentando matar um vampirinho de três mil anos lá. Não, todo mundo ficou "bora matar o cara" e NINGUÉM pensou em matar o cara com prata. Uns humanos meia-tijela conseguem matar vampiros de boa, mas as FADAS que estão em, tipo, VINTE pessoas SÃO ABSOLUTAMENTE INCAPAZES de matar o vampiro. E isso que elas usam o poder mágico delas, mas de nada funciona. 

Por algum motivo suspeito, as pessoas se tornam estranhamente incapazes de ter um raciocínio lógico em séries. Elas sempre fazem aquilo que a gente diz pra não fazer. E sempre sou eu a infeliz espectadora desejando que eles morram, porque a natureza é cruel e a seleção natural se encarrega de eliminar os idiotas. Pena que os idiotas nunca morram. Sério. Eles nunca morrem. 

melhor série, desculpa ♥
#chateada que não consigo encontrar mais motivos. Perdão se fui repetitiva nas séries, mas é que são as séries que eu mais me lembro agora, de ter visto recentemente e lembrar de situações específicas e tal. Apenax frustrada que tenho que esperar a próxima temporada de True Blood (e olha que já vi a quinta bem atrasada, imagina se tivesse acompanhado no ano passado). Mas tudo bem. PLL voltou, e ainda tenho umas 5 temporadas de Queer as Folk ♥
(sem contar séries que pretendo ver, como Once Upon a Time. Então... é isso! =3)

[UPDATE: meu profile no Banco de Séries! Queria colocar ele permanentemente na sidebar, but não sei fazer o iconezinho fofo dele pra ficar bonitinho lol]

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

dezoito anos em silêncio

Assistindo Perfect Sense no qual a humanidade vai gradualmente perdendo os sentidos como olfato e paladar, eu estava percebendo como a gente simplesmente não se dá conta de como alguns sentidos são tão importantes para gente. A grande parte da humanidade não tem nenhum problema em um dos cinco clássicos sentidos, então vive sem nem perceber o quão depende deles. 

Bem, um dos cinco sentidos sempre me foi muito sensível: a audição. Quando você nasce com uma deficiência em um estado grave, é natural que você tenha toda uma relação especial com o ato de ouvir, com sentimentos muito particulares que você não teria com outro sentido. Porque você meio que percebe que você deveria ter aquilo e não tem, então te falta algo. 

Mas mais do que lidar com isso em relação a você mesmo, você tem que lidar com a forma como a sociedade vê aquilo. O que não é muito fácil, porque as pessoas absolutamente não compreendem o universo de uma pessoa que seja surda. Elas não estão acostumadas a lidarem com pessoas que sejam diferentes de qualquer forma. 

Bem, eu nasci com uma deficiência auditiva que vai de moderada a grave, creio eu. Isso significa que eu uso aparelhos auditivos AASI, que são bem simpáticos e vermelhinhos (♥), e isso significa que quando eu não uso aparelhos, eu escuto pouquissíma coisa. Eu já tinha usado os aparelhos por poucos meses aos 10 anos (pelas minhas memórias bem fracas), mas eu normalmente digo que fiquei 18 anos sem ouvir. Porque eu só comecei a realmente usar os aparelhos e compreender o quanto a deficiência afetou a minha visão do mundo em outubro de 2011. 

Até então, eu não acreditava que a deficiência mudava muita coisa. Eu fazia amigos, eu me comunicava com as pessoas, eu me fazia ser entendida. Eu evitava uma porção de coisas e ainda evito: pedir um lanche no telefone, ligar para resolver um problema com uma operadora, por exemplo, ver filmes nacionais ou mesmo uma novela na TV que não tivesse legenda, ver filmes dublados, uma série de coisas que não me recordo agora.

Só quando eu passei, de fato, a usar aparelhos que passei a ter uma noção muito melhor e mais clara do quanto a audição é um sentido tão importante. Sabe, por mais que já se tenha mais de um ano, eu ainda não consigo fazer algumas coisas muito bem. Por exemplo, eu não consigo falar com uma pessoa sem olhar para ela. Eu ainda faço leitura labial. Eu ainda não consigo ir no cinema de boa e ver um filme dublado ou nacional. Eu ainda lembro de como fiquei tão feliz quando eu fui assistir Valente e entendi tudo de boa, porque era algo realmente inédito para mim. Eu nunca tinha visto um filme no cinema sem legendas e então compreender tudo que estava acontecendo! =3

E eu não consigo falar no telefone muito bem. Assim, eu atendo o telefone e eu converso com as pessoas. É uma coisa que eu consigo fazer. Eu fico meia hora, uma hora no telefone sem grandes problemas. Mas apenas se a pessoa tem uma voz clara e esteja em um local (realmente) silencioso. E, além do mais, às vezes o meu aparelho dá alguma interferência estranha e o som do telefone se mistura aquele chiado e é algo realmente estranho. Então eu só converso com amigos, e esse é o tipo de coisa que eu sei que a maioria dos deficientes auditivos não faz. Porque telefone é realmente problemático. 

Mas a parte que mais me afetou em tudo isso foi, definitivamente, a musical. As pessoas que ouvem perfeitamente desde o nascimento gravam músicas com facilidade e lembram-se de aberturas de novelas, temas de desenhos animados, trilhas sonoras de filmes. Eu nunca tive essas coisas. Eu nunca fui aquela pessoa que consegue reconhecer melodias, nem aquela pessoa que sequer reconhece o instrumento que está sendo tocado. Sim, eu gostava de música, mas era mais ou menos aquela coisa: você está vendo uma árvore pela janela. Mas o vidro está sujo. Você ainda vê a árvore e sabe que ela tem um caule marrom e as folhas verdes. Você sabe que ela é bonita e admira por isso. Mas quando você limpa o vidro, então você percebe o quão a árvore é fascinante. Você nota como ela é rugosa e como seus galhos parecem tão finos, mas suportam o verde das folhas que se torna muito mais vívido, ainda com o orvalho brilhante. Você percebe a grama ao redor da árvore, como ela está mal aparada, e repara que há pequenininhas flores ainda muito tímidas na copa, flores alaranjadas que você sequer percebia quando o vidro estava sujo. É mais ou menos assim a minha relação com a música. 

Eu fiz parte do coral da escola nos últimos dois anos, bem como aulas de leitura e escrita musical. Eu aprendi a tocar algumas coisas na flauta soprano, e eu aprendi a ouvir. É muito diferente aprender a ouvir coisas do cotidiano que eu passava batido (queijo derretendo, o som de "Olá" quando alguém atende no interfone, o barulho do teclado do computador) e aprender a ouvir música propriamente. Música é como a matemática tomando forma, com fórmulas e ritmos específicos. Passar de um tom para outro é uma ação que pode parecer automática, ainda mais quando você lida com música desde que criança, mas não é para mim. Eu ainda preciso ouvir todas as notas para lembrar como elas são, e saber como reproduzir algo com a voz parece praticamente mágica.

Bem, eu ainda quero aprender música. Tendo saído da escola, faz tempo que não canto ou toco flauta. Eu gostaria de aprender outro instrumento e eu quero aprender a ouvir. Ouvir de verdade. Recuperar dezoito anos no qual eu estive em um silêncio que me foi confortável por muito tempo, mas não é mais o suficiente. Eu nunca falei muito disse em Pernície, meu blog anterior, porque eu não sei muito bem como falar a respeito. Mas agora me sinto um pouco mais madura para perceber o quão minha concepção do mundo mudou em um ano de uso dos aparelhos. O quão eu comecei a desenvolver uma memória auditiva, o quão eu comecei a aprender música, o quão mais fácil se tornou para mim socializar com as pessoas, porque eu compreendia melhor o que elas estavam dizendo. Sobre como ficar em uma bolha se tornou insuficiente para mim. 

Eu gostaria de falar mais a respeito nem por mim, porque eu compreendo as minhas limitações e eu sei o que preciso fazer para superá-las. Mas por vocês, os leitores que são pessoas que ouvem perfeitamente o mundo ao seu redor e não fazem idéia de como lidar com pessoas que não ouvem muito bem ou não ouvem nada. Mostrar um pouco do nosso silêncio e de como isso não nos faz estúpidos ou medíocres. Somos apenas pessoas. Com algumas limitações. Apenas precisamos (todos nós, surdos ou ouvintes) nos adaptarmos para que role uma comunicação em via dupla. Só assim rola uma conversa e é tudo o que se precisa para se viver de boa =33

Eu recomendo fortemente os três seguintes links:
Privilégios em ser Ouvinte (em inglês)

não tem muito a ver com o texto, mas achei fofo. fonte: tumblr



sábado, 5 de janeiro de 2013

Morte Súbita: sobre gente mesquinha e infeliz



// Expectativa

The Casual Vacancy ou Morte Súbita, como foi traduzido aqui no Brasil, é o primeiro livro de J. K. Rowling depois de toda a saga Harry Potter que rendeu uns dez livros, eu acho, com a história e agregados. O negócio é que Harry Potter influenciou toda uma geração, então todo mundo ficou meio que esperando uma grande imensa big obra-prima com esse livro. É compreensível, mas eu sou da opinião de que a pior coisa prum livro é ler ele com a expectativa lá em cima. Sei lá, você meio que fica cheia de esperanças e ou acaba odiando muito porque o livro te decepcionou ou amando muito porque meio que se forçou a isso.

Eu confesso que não esperei muita coisa. Acho difícil Rowling criar outro Harry Potter 2.0, mas eu resolvi dar uma chance porque, né, ela não é uma má escritora. Então bora lá analisar esse livrinho de meras 500 páginas =3


// Premissa básica do livro

Barry Fairbrother é o cara super legal que todos amam e que ocupava a posição de liderança no Conselho de uma cidade tão minúscula que nem cidade é (sério), chamada Pagford. Só que aí em uma infeliz noite, ele vai lá e morre do nada. Causa médica: aneurisma. E então o livro vai abordando como a morte do cara foi como aquele lance do dominó: um vai derrubando o outro, em sequência. É a mesma coisa. Famílias se interessam pela vaga que foi deixada no Conselho ("A Vaga Casual", tradução literal do título), e a disputa pela vaga acaba afetando a vida não só de gente que é realmente envolvida pelo Conselho, mas até mesmo de adolescentes que estão pouco se lixando para o que rola em Pagford ou não. 




// Diversidade

(sou dessas que avalia a diversidade presente e ver como as minorias são representadas. Desculpa aí)

A galera de Pagford é basicamente branca, hetero, cis, o padrão. E eles se orgulham disso, de serem legítimos ~pagfordianos~ de serem gente "decente e honesta". Pense na família Dursley. Agora pense na família Dursley multiplicada muitas vezes, dominando um vilarejo. É por aí. Há uma família sikh na cidade, e eles são tidos como forasteiros, gente estranha. A filha mais nova da família sofre uma discriminação barra-pesada na escola por conta de sua cor de pele, por exemplo, e tudo nela é motivo para ser um alvo. A mãe dela é uma médica super competente e ativa nos assuntos da cidade, porém sempre é vista com desconfiança. Exceto pelo cara legal que morreu.

Em termos de gênero, há uma boa quantidade de mulheres. As personagens femininas vivenciam diversos problemas, como Samantha que experimenta o amargor de querer ter tido uma vida muito mais sensual e dinâmica e tem que se contentar com Pagford e seu maridinho, Ruth a enfermeira que tenta equilibrar as tensões na sua família e Terri que vive o terror de ser viciada em drogas, com o medo constante de não ter mais seu filho sempre. Além disso há a Kay, a assistente social que se mudou de casa por amor, o que não foi exatamente uma boa idéia, e há a Parminder, a médica sikh que enfrenta a constante desvalorização do seu trabalho. 

Existe diversidade também em termos de idade e de classe social. O personagem mais novo é Robbie, com três anos e meio, e há todo o núcleo dos adolescentes que recebe atenção especial. Andrew e Stuart são os principais garotos, ao passo que Krystal, Gaia e Sukhvinder formam as garotas cujas histórias pessoais são bem trabalhadas. E então vamos para os pais e avós de todos esses adolescentes, fora os agregados de idades diferentes. O foco do livro é sempre na família em si. Há, porém, só duas famílias que não seguem o modelo nuclear: Kay e sua filha Gaia, bem como Terri e seus filhos Robbie e Kyristal. Aliás, a família toda de Krystal foge ao modelo nuclear por ser imensa e ela não saber ao certo como ela é estruturada.

As famílias de Pagford, porém, obedecem ao padrão pai-mãe-filhinhos. Isso não quer dizer, porém, que elas sejam felizes ou mesmo saudáveis. Não há uma única família saudável. Não há uma única família que possa gerar pessoas saudáveis. Exceto, talvez, a de Barry que morreu. Mas sua esposa, Mary, diria algo a respeito disso.

Já em termos LGBT, há somente uma única personagem que não é heterossexual. Mas como ela é fora de Pagford, ela aparece somente uma vez, fora as várias outras vezes que ela é mencionada. Porém o lado LGBT é importante nesse aspecto, porque o motivo de ela se manter alheia à Pagford e seu mundinho de hipocrisia é justamente porque a família não a aceita como é. Já em termos de representatividade trans*, não há. Todos os personagens são cissexuais.



// Enredo

Eu não sei quem foi o idiota que inventou que esse livro é suspense. Eu imaginei coisas como um assassinato e então rolar a suspeita de quem matou barry, mas não tem nada disso. Não tem suspense, a menos que você considere ~segredos de família~ como suspense. É mais um drama mesmo. O livro gira todo em volta de como as famílias se reestruturam depois da morte do cara, de como algumas pessoas se candidatam ao cargo e então elas afetam as pessoas em volta. 

Rowling trabalha muito sobre a questão das hipocrisias que existem quando a galera tem que manter as aparências, sobre o "eu quero que você morra envenenado, mas eu gosto de você como pessoa tá?", as falsidades entre pessoas que deveriam manter boas relações. Samantha é uma personagem que é trabalhada nesse sentido: em todo o romance, ela se sente mais e mais cansada de manter as aparências, de fingir que se importa com Pagford, de fingir que está feliz e vai, aos poucos, se enchendo de tudo aquilo. E há também toda uma discussão política: os personagens debatem sobre o que devem fazer com os pobres que vivem em Fields. Alguns personagens querem que Fields seja responsabilidade da cidade vizinha, Yarvil, e acham que é um absurdo o Estado gastar dinheiro para ajudar viciados em drogas. E há outros personagens que fazem questão de afirmarem a importância de se atender essas pessoas.

Barry defendia ajudar as pessoas, mas Howard não quer olhar para elas. Ele considera que a solução é simples: 'não use drogas' e que se as pessoas usam drogas, o problema é delas. Porém Kay tem que lembrar de como existe todo um ciclo e quanto à isso Rowling não poupa uma boa dose de drama: ela retrata o cotidiano de Terri e seus filhos, de como Krystal vive um inferno por conta da mãe, do seu traficante, de toda a vida completamente desajustada. E de como aquele universo que é o normal de Krystal, de como não existe outra coisa, de sua total falta de perspectiva. E de como Terri sofreu também a vida inteira, sofrendo abusos sexuais, para chegar naquela situação. Violência psicológica e física aparecem constantemente não somente na vida de Krystal, mas também na de Andrew que tem que lidar com um pai hiper agressivo e uma mãe passiva.

Sukhvinder tem que lidar com todo o bullying e acaba desenvolvendo depressão, e é interessante constatar que Rowling utilizou Krystal e Sukhvinder para mostrar maneiras diferentes de se lidar com um mundo violento: enquanto Krystal é agressiva, agitada e joga tudo para fora, Sukhvinder é retraída, totalmente tímida e desconta o ódio que sente nela mesma. 

Há personagens que você odeia profundamente, como Simon, por exemplo. Ele é muito odiável. Howard e Shirley também. Eles são fáceis de se odiar, ao passo que você acaba simpatizando com Ruth, por exemplo. Mas há personagens que você inicialmente detesta e só então vai simpatizando, até mesmo se apegando como Samantha e Krystal. Mas não há personagens maus ou personagens bons. Todos são personagens tridimensionais, com diversos defeitos e qualidades, e a gente acaba gostando ou odiando eles dependendo da nossa afinidade com eles. Howard, por exemplo, não é um cara mau nem nada, mas eu não gosto da forma como ele fala de Fields. 

Ao passo que eu simpatizo muito com Samantha porque eu fico toda mexida com ela querendo ter mais sem poder. Você poderia odiar Parminder por ela ser tão má com a filha, mas você não consegue porque você vê como é a vida de Parminder e fica com pena dela também. É um enorme ciclo no qual pessoas se machucam e acabam machucando quem está mais perto. E então todo mundo acaba se ferindo pra valer, criando mais ódio e mágoa. Acho que, no fundo, é esse o tema básico do livro: sobre como você pode escolher quebrar o ciclo de violência. E de como suas escolhas afetam todo mundo. Então quando você escolhe ser egoísta e pensar apenas em você, você acaba afetando a vida de todo mundo. Quando você escolhe dar um sorriso que seja, você pode acabar mudando a vida de uma pessoa.



// Conclusão

No fim, eu gostei muito do livro. Ele é um livro bem mais pesado, considerando que ela só tinha escrito Harry Potter e tal que tem uma vibe mais infantil e tudo o mais. Eu meio que acho que Rowling fez em Morte Súbita tudo que teve vontade de fazer em Harry Potter e não fez, em respeito à imagem que a saga já tinha e tudo o mais. Há bullying pesado, violência física, psicológica e sexual, estupro, automutilação, gente mesquinha e hipócrita, drogas sendo usadas desde maconha até heroína, sexo e, sim, muitos palavrões. E não é um livro que eu recomendo para uma tarde feliz de verão. Eu não consigo acreditar que alguém termine de ler o livro feliz. Não é um livro feliz. 

É um livro sobre mesquinhez humana e suas consequências. Não tem como ser feliz.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

resoluções de janeiro


Quando eu era mais nova (isso quer dizer: 12, 13 anos), eu tinha alguns hábitos quando iria começar um Ano Novo. Eu arrumava o quarto, impecavelmente. E eu fazia uma lista de todas as coisas que eu queria fazer. Ser a melhor aluna da sala, ter uma alimentação mais saudável, me engajar em um trabalho voluntário. Eu queria ser tudo, então eu montava metas para conseguir isso. Bem, eu não vou dizer que obtive sucesso porque tenho um padrão bem alto quanto à cumprir promessas, então de boa. 

Em 2012, porém, eu fiz apenas uma única promessa: me divertir. Foi meu último ano de ensino médio-técnico, último ano do que realmente se chama adolescência. Então eu resolvi que seria mais válido eu me divertir por todo o ano, sem muitas preocupações. Bem, eu me diverti. Bastante. Eu criei uma vida social, eu aprendi algumas coisas, eu comecei a trabalhar (e deixei de trabalhar e passei a valorizar os momentos ociosos), enfim muita coisa. 

(é claro que a escola sofreu as consequências do meu espírito vagabundo. Nos últimos meses, meu horário oficial de chegar na escola se tornara 8h, mas eu sempre chegava entre 8h30 e 10h30. Na minha escola, as aulas começam às 7h10)

Passado 2012 e visto que eu não posso aplicar a mesma dinâmica pra 2013, porque senão eu viro oficialmente uma desocupada, eu pensei então em muitas metas. Mas como não sei o que o ano me reserva (tudo depende do SiSu), então me contentarei com janeiro.

Portanto, em janeiro, eu pretendo:


1. Ler os livros que eu comecei a ler em dezembro e não terminei por motivos de preguiça e falta de vergonha na cara.

Acho essencial. Até porque A Fúria dos Reis, Dexter - A Mão Esquerda de Deus, Querido e Devotado Dexter e O Lago das Sanguessugas são emprestados, então eu precisarei devolvê-los em breve, tipo super em breve. Então eu ~realmente~ preciso terminá-los. Eu parei no começo de A Fúria dos Reis (o que me impede é que eu considero os POV's de Bran e de Davos tão chatos e eu sempre travo nos capítulos deles, fato), e ainda não sei o que me impede de terminar os outros, exceto falta de vergonha na cara mesmo.

Então para esse janeiro, terminarei esses livros que até fotografei e editei com uma vibe meio vintage. Isso é um objetivo. Uma meta sólida.

eu e meus trabalhos escolares ♥
2. Terminar absolutamente tudo do meu lindo e digno relatório de estágio

A lógica é simples: se eu não terminar esse relatório (20 folhas + 5 folhas do projeto de redes, Arial, tamanho 10, espaçamento 1,5) até, digamos, 22 de janeiro (torceremos pra que minha orientadora considere tudo válido e devolva até dia 31 de janeiro), eu não vou colar grau em março. E se eu não colar grau em março, eu vou estar oficialmente lascada, porque aí só poderei colar grau em agosto e, caso passe numa universidade, não poderei fazer matrícula nesse caso. Então vou exercitar o espírito do desespero profundo e terminar esse relatório. 

(já fiz seis páginas, com capa e apresentação. Rumo à 25 páginas ao todo!)

invejei o brilho, achei tudo lindo ok. from tumblr
3. Adotar em definitivo um cronograma capilar

Eu sempre fui dessas de hidratar o meu cabelo e tudo o mais, exercitando um culto ao meu corpo e tudo o mais, but considerando que eu quebrei umas dez regras relacionadas à "não se deve fazer em casa" em dezembro, eu realmente preciso cuidar do meu cabelo. Eu preciso que ele se mantenha bonito, com a cor viva, e tudo o mais, porque eu enchi muito o saco de minha irmã pra me ajudar e gastei muito tempo na internet pesquisando como se descoloria, pintava em casa, etc. Então eu pretendo seguir todo um cronograma bonito com hidratação, nutrição e reconstrução, com produtos melhores, e todas essas coisas que tanto se fala em blog de cabeleleiro. E preciso cortar as pontas também, elas estão um pouco estragadas =3

fonte da imagem: flickr
4. Parar de ter vergonha de tirar fotos

Necessito. A fotografia é um negócio que eu ainda preciso melhorar muito, tipo anos-luz. Eu fiz uma pasta com fotos inspiradoras e eu venho tentando melhorar, mas o negócio é que eu fico dentro de casa a maior parte e eu só tenho a mim mesma de modelo, e eu não sei tirar foto dos meus amigos. Eu sou uma péssima fotógrafa de gente (ao passo que não sou tão ruim com flores), mas eu amo foto de gente e eu realmente quero aprender a tirar fotos do gênero lol

Sem contar que eu preciso aprender a tirar fotos noturnas e tudo o mais, e fotos espontâneas, e é tanta coisa que até me cansa lol
Mas, go, go, vamos usar o tempo que arrumar livre em janeiro para tirar fotos legais ♥

Por enquanto, é isso.
Pensei em metas mirabolantes para 2013, mas veremos como as coisas andam. De mês em mês, a gente vai se ajeitando e as coisas vão acontecendo. Veremos. 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

eis a plaquinha de boas vindas!


Hi ♥

Me sinto um pouco frustrada de começar esse blog discretamente, sem pomposidade, porque não é o que ele merece. Olha só o nome! Esse blog tem o óbvio objetivo de disseminar a Lunalogia, ciência e filosofia e religião e, obviamente, uma seita do qual eu sou a Rainha, Imperatriz, Líder e Diva Absoluta. Ele merecia, portanto, o melhor dos banners, o melhor dos fundos e merecia que a Google parasse de ser tão pau no cu e carregasse as minhas configurações decentemente, permitindo à minha ilustre pessoa editar esse novo espaço como bem querer. Mas a Google foi chata (ou então foi a minha internet h-o-r-r-o-r-o-s-a, nunca saberei) e eu ainda não consegui editar a sidebar, como vocês podem constatar pelo vazio absoluto. Mas não se preocupem. Assim que conseguir, colocarei gifs, links e tudo o que for preciso. E assim que conseguir baixar um editor de imagem, isso terá um banner mais razoável.

(mas preciso reavaliar a minha sorte, considerando que nem Photoscape quer instalar nessa máquina humilde, depois de sua formatação)

Então é esse o meu novo espaço. Denominarei-o de Reino da Luna ou Império Lunes. Ele é o sucessor do Pernície (amorzinho eterno no meu coração) e, quem sabe, o último. Mas não creio, porque não acho possível você ter um blog com um endereço tão narcisista quando você tem quarenta anos e tem uma reputação a zelar. Sabe como é. Duvido que J. K. Rowling teria um blog com esse título. 

Fichinha pessoal da minha pessoa para os interessados:

[Nome: Luna]
[Idade: 19 anos, no presente momento]
[Signo: leonina do terceiro decanato, ascendente em Escorpião, lua em Escorpião, acho importante informar*]
[Ocupação: absolutamente nada no momento]

E é isso. ♥

(Merida expressando meu sentimento de volta pros blogs.
Roubei o gif daqui ok)

* informação editada dia 21/01. Errei meu ascendente por cinco minutos e agora os astros dizem que sou uma pessoa maligna e com tendências ditadoriais. Comento nada.