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terça-feira, 18 de junho de 2013

Explicando os protestos para seus pais :)

Congresso ocupado hoje - roubado do instagram de klassmannlucas

Eu sei que tem muita gente que não tá apoiando as manifestações. Eu entendo. Você tem o direito de concordar ou discordar do que você quiser - esse é um direito que conseguimos (não de graça: muita gente foi torturada e assassinada para que conseguíssemos ter o direito à livre expressão de pensamento). Eu entendo que você olhe para os ônibus queimados e para as notícias na TV e só veja facções brigando entre si e não entenda o por quê: não rola um abaixo-assinado? Um acordo? Uma conversinha simpática? Eu entendo que você ache que só tem vândalos - quando a TV só dá a entender isso, realmente - não tem como achar outra coisa.

Eu sei que tá difícil acreditar, mas olha só:
esse é um momento histórico. E se não for, bem, ele faz parte dos preparativos dos próximos eventos da nossa História - com H maiúsculo. Então eu realmente acho importante você compreender o que está acontecendo, como está acontecendo e de que forma isso pode afetar as nossas vidas. E eu acho importante você ter outra fonte de informação que não seja a TV Globo. :)

Estou escrevendo esse texto não para meus leitores habituais, mas para os pais e mães desses leitores. Porque eu sei que vocês estão preocupados. Eu sei que vocês estão com medo pelos seus filhos, e eu sei que vocês podem olhar com estranheza para toda essa história ocorrendo debaixo do seu nariz e não saber direito o que deve fazer. É compreensível - eu também ficaria com medo se eu fosse uma mãe. Mas é por isso que estou escrevendo isso aqui. Para mostrar a vocês o porquê desse momento ser tão importante - e pedir a você que reavalie suas opiniões sobre toda essa situação com carinho e cuidado.
 
isso somos nós vandalizando tudo :( - Rio de Janeiro • 17/06/2012
Parte I: "Mas esse vandalismo está desqualificando o movimento!!!"

De fato, existe vandalismo. Ninguém pode negar isso. É óbvio que existem pessoas que picharão ônibus e quebrarão vidraças em qualquer manifestação pública, seja ela uma greve, passeata, marcha, Carnaval, Micareta, etc. Pessoas em grupo tendem a se exceder. Mas aqui há três fatores que seria legal levar em conta e eles são:

1. O vandalismo por si só não é parte do movimento. Por quê? Porque ele é ínfimo - os manifestantes não são todos vândalos. A maioria esmagadora não está lá para vandalizar ou tumultuar. Em diversos relatos, os autores relatam que o vandalismo é desincentivado pelos próprios manifestantes. Não tem sentido você desqualificar todo o movimento por conta dos poucos casos de - real - vandalismo;
2. O vandalismo - mesmo existente - não deveria desqualificar o movimento. É só estender a lógica para um monte de coisas: há médicos imbecis que abusam dos seus pacientes. Você desqualifica toda a profissão médica por causa disso? Há professores tão cruéis e babacas que você tem pena do diabo quando eles morrerem - mas você ainda quer que professores sejam respeitados e valorizados, certo? Você sabe que os EUA tem uma excêntrica mania de se intrometerem nos conflitos internacionais e meterem bombas só por birra, mas você sabe que o povo americano é diferente do seu governo e que não é justo culpar todos os americanos pelos erros cometidos pelo governo, certo? Então por que você culpa todos os manifestantes e desqualifica suas causas - que dizem respeito a você também - por conta de uma minoria que simplesmente não faz parte dos manifestantes?
3. O vandalismo não está sendo feito "honestamente" - quer dizer: não são pessoas desocupadas, arruaceiras ou apenas manifestantes com muito ódio no coração. Tem vandalismo sendo feito pela própria PM. Você pode achar que é paranóia, mas não é:
Tem um vídeo mostrando um policial militar quebrando o vidro da própria viatura. Com que objetivo, se não incriminar os manifestantes?
→ Tem relatos de manifestantes comentando que há casos estranhos, como o do AERJ - no qual havia milhares de pessoas ao lado, pacificamente, e um grupo do nada bota fogo na AERJ. A viatura que sempre está lá não está mais. Outros relatos falam de provas plantadas e agentes infiltrados. Diante disso, como você pode diferenciar o vandalismo cometido por manifestantes, policiais ou apenas desocupados? Como pode julgar todo um movimento por algo que você nem sabe por quem está sendo feito?
 
Parte II: "Mas isso tudo por causa de vinte centavos?"

Você paga as contas da sua casa, certo? Você provavelmente paga a escola dos seus filhos, não é? Você sabe o quanto custa a luz, a água, o gás, aluguel ou IPTU, escola, alimentação, entre diversos gastos pessoais: afinal, seu filho precisa do uniforme, precisa do lápis de cor, precisa comprar papel. Você precisa de coisas também. Vocês precisam se transportar também - entra aí o valor da passagem do ônibus ou da gasolina. Então me diz: está bom pra você? Todos esses gastos que você tem, está bom? Está tudo direitinho? Sobra dinheiro? Ou você se choca invariavelmente quando percebe que tudo está ficando caro e seu salário não acompanha isso?

Você não se sente ultrajado quando percebe que você paga imposto em cima de imposto e não recebe nenhum retorno? Porque é verdade que pessoas pobres não pagam o Imposto de Renda, mas minha mãe também tem um monte de taxas descontadas para mil coisas do salário dela. Taxas que estão embutidas na comida, nas roupas, em absolutamente qualquer coisa que você consuma. Taxas que estão crescendo - e você não está recebendo o retorno delas. Você está pagando (caro) por educação e saúde, mas elas estão tão ruins que você prefere desembolsar mais uma pequena fortuna e pagar uma escola particular. Por um plano de saúde.

Mas me fala a verdade:
a escola não é tão boa assim, não é? O plano de saúde também. Está tudo uma merda. Pode falar a verdade: está.

Você está pagando duas vezes por serviços que não são nem sequer "bons": educação, saúde, transporte, segurança. Os vinte centavos são só a gota d'água disso. O transporte em SP é caótico, absurdo, confuso e caro. Você cobrar a mais por isso e não oferecer nenhuma melhoria é mais do que os cidadãos paulistanos poderiam aguentar. Aliás: a maioria brasileira passa pelos mesmos problemas do transporte: pagar caro por um sistema que devia ser público e decente. Aproveite para lembrar que já temos toda essa raiva pelas questões relacionadas à outros serviços.

Lembre que nós - não apenas nós, mas vocês, vocês que são nossos pais e viveram mais que a gente - aguentamos anos e anos vendo os índices de criminalidade subirem - a tal ponto que ser assaltado virou um evento rotineiro e morrer em um se tornou tão comum que não é mais manchete em jornal algum. Nós aguentamos não apenas pagar o dobro pela metade da qualidade, mas também presenciar políticos aumentando os próprios salários deliberadamente tantas vezes que já perdemos as contas de quanto eles recebem - e com o nosso dinheiro.

Sua vida está confortável? Se estiver, então beleza. Fique aí.
Mas a de muita gente não está. Nós passamos tempo demais acreditando que se estiver menos pior, então ok. Que dez centavos não era grande coisa. Que conseguimos aguentar mais um pouco, com o nosso infalível senso de humor de rir da nossa própria desgraça. Mas não dá.

Simplesmente não dá mais.

 
não sei a autoria da foto, só sei que é de SP
Parte III: "Ok, a PM se excedeu, mas esses manifestantes também!!!!"

Olha, deixa eu observar uma coisa:
De um lado você tem pessoas comuns, civis, revoltadas e angustiadas com a situação do país. E elas mal estão armadas - elas não portam facas ou armas de fogo. Elas provavelmente nem sabem onde é que se compra uma bomba de gás lacrimogêneo.
Do outro você tem policiais treinados, policiais que sabem atirar, policiais que estão bem equipados e protegidos, policiais que receberam uma única ordem: dispersar todos os manifestantes, custe o que custar, contanto que ninguém morra.

E então?

É de uma covardia tão, mas tão grande que não tem como se olhar para essa situação e dizer que os manifestantes estão sendo os capetas e vandalizando. Os policiais que sabem o que fazer em uma confusão, eles foram treinados para isso. Mas as pessoas civis não. Elas não sabem o que fazer quando alguém joga uma bomba na cara delas - nós não estamos preparados para isso. Nós não temos nenhum treinamento de guerra. Aquelas pessoas em São Paulo não sabiam o que fazer quando os PMs começaram a jogar bombas e atirar balas de borracha. É natural que elas reajam de formas diferentes - algumas fugirão e outras reagirão. Sim, sempre haverão as que queimarão lixo e farão barricadas para impedir a passagem da PM. Nessa situação, vocês os culparia com gás penetrando em seus orifícios, fazendo seus olhos e sua garganta arderem? Você os culparia por tentarem reagir com "paus e pedras" quando eles são atacados por tiros de borracha?

No Rio de Janeiro, PMs atiraram bombas de gás lacrimogêneo na Quinta da Boa Vista. Quem conhece algo de RJ sabe que o que mais tem lá nos domingos é criança. Inclusive, crianças foram afetadas pelas bombas - jogadas perto delas. Em São Paulo, a repórter estava ajudando pessoas perdidas quando foi baleada - no olho. Talvez ela perca a visão daquele olho para sempre. Jornalistas que estavam apenas cobrindo o evento foram baleados. Em Belo Horizonte, manifestantes - estudantes, nada mais que isso - foram cercados no campus da UFMG como se fossem bandidos.

A diferença de poder é desproporcional. Não é questão de quem está certo ou errado. É questão de que é como um filhote de gato te morder e então você retribuir chutando ele. Ora, o gato pode até ter te machucado e arranhado sua pele. Mas a força dele, fisicamente, não se compara com a sua, certo? Ele nunca vai conseguir te vencer em uma briga séria. A menos que todos nós estejamos armados com armas de balas de borracha e bombas de efeito moral e escudos, nós nunca conseguiremos nos equiparar aos PMs em termos de força física - só na quantidade.

A nossa única arma é a voz.
E talvez queimar lixos quando a situação ficar feia e precisar fugir.

Não estou querendo pincelar os manifestantes como vítimas coitadinhas. Não somos vítimas coitadinhas Maria do Bairro. O que estou falando é que há uma desigualdade de forças e é verdade. Todo mundo sabe disso. Por isso que a PM é temida - porque a força dela é maior que a da sociedade civil. Nós tememos a PM porque ela é mais forte que nós. E nós tememos os traficantes das facções criminosas, por exemplo, porque eles se equiparam à polícia em força e poder.
 
nunca esqueça para quem a mídia tradicional brasileira trabalha. e não é para nós.
Parte IV: "isso é tudo manipulação de internet, a TV disse outra coisa"

A Rede Globo, maior rede televisiva brasileira, tem uma história diretamente atrelada à História do Brasil. Isso não é invenção minha, está em todas as fontes históricas que você quiser comprovar. Ela está ligada, por exemplo, à ditadura militar, inclusive defendendo o regime. Ela não exibiu as Diretas Já (tenho certeza que você lembra desse movimento e deve ter apoiado) como deveria ter exibido, e está acostumada a manipular eleições eleitorais ao seu bel-prazer. A mais famosa e clássica, acredito eu, é a eleição entre Lula e Collor no qual simpaticamente recortou os piores momentos de Lula e os melhores de Collor no debate final, levando - no fim, - à eleição de Collor.

(não vamos nem lembrar do fim desastrado do governo de Collor)

Os jornais atendem à diretrizes. Isso é muito claro e qualquer um que conhece algo de jornalismo sabe disso. A Rede Globo tem uma diretriz X e ela vai dizer aos seus jornalistas pra trabalharem daquela maneira. A Band tem diretriz Y, a SBT Z e por aí vai. Não é questão da emissora ser "má" ou "boa". É questão de que cada uma tem os seus interesses e que ela vai lutar como der para conseguir ter seus interesses atendidos. Sabendo que a Rede Globo tem uma história intimamente ligada à uma política de direita e contra movimentos sociais (alô, defesa da ditadura militar?), então é óbvio pressupor que a emissora não irá se mostrar a favor dos movimentos atuais. Ela vai mudar cuidadosamente o foco da matéria - em vez de se focar na truculência policial, por exemplo, ela relatará o prejuízo do trânsito congestionado em milhões de reais. Veja bem, ela não é "má" - ela só está obedecendo à diretriz dela. Mas se você sabe que ela tem essa diretriz tão contrária aos movimentos para mudar nossa situação social - conhecendo a história da emissora - você não acha que é uma boa ideia procurar por outras fontes?

Eu sei que a internet é imensa e parece muito pouco confiável, provavelmente porque os relatos, vídeos e fotografias não tem nenhum selo de nenhum órgão oficial carimbado. Mas acredite: a internet é uma maravilhosa ferramente que as pessoas do mundo todo utilizam para comunicarem o que estão acontecendo em suas cidades. Você provavelmente não sabia que em Porto Alegre houve confronto com a PM, não é? Pois é, pessoas de lá postaram no Facebook, twittaram e fizeram o possível para noticiar ao mundo inteiro de que Porto Alegre, essa cidade que mal aparece nos jornais como palco de conflitos, estava tendo o maior quebra-quebra. Assim como as pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador - e cidades do interior.

No dia que teve o protesto de São Paulo, eu vi pessoas que estiveram no protesto de SP comentando o que aconteceu. Elas não falaram o que "ouviram falar". Elas falaram o que elas viveram. Eu li sobre uma garota falando que não conseguia sair da Paulista e estava escondida no McDonald's com medo da PM. Eu vi outra falando que a PM explodiu uma bomba quando manifestantes não estavam fazendo nada, e ela fugiu para um bar, quase passando mal. E não são só relatos: hoje eu estava no protesto de Juiz de Fora que ocorreu tranquilamente e vi dezenas, centenas de pessoas filmarem e fotografarem absolutamente tudo, de todos os ângulos.

Uma emissora está te passando um único ângulo.
A internet te oferece inúmeros ângulos de milhares de pessoas - que estavam lá, que participaram do que ocorreu e - mais - elas não tem interesses econômicos em jogo. Elas são pessoas civis que não tem o que ganhar postando um vídeo mostrando PMs atirando em manifestantes desarmados.

Confie mais na internet. É óbvio que tem coisas mentirosas. É óbvio que tem gente que mente. Mas tem muita verdade também. Tem muita gente que só quer dizer o que está acontecendo, porque algo está acontecendo e as pessoas precisam ouvir isso. Então ouça a gente.

Ouça seus filhos - eles não estão sendo loucos ou ingênuos quando falam que "viu na internet que-". Eles estão recebendo histórias do país todo, em tempo real, histórias que nunca serão contadas no jornal. Eles estão recebendo histórias em primeira pessoa, por pessoas comuns, e eles estão preocupados e desesperados em tempo real - à medida que boatos se confirmam e fotos de tanques de guerra são distribuídas. Eles apenas estão tendo outras fontes de informação que não são um jornal que edita as notícias de milhões de pessoas para caberem em cinco minutos.
 
Parte V: "não vou deixar cê sair de casa!!!"

Eu entendo a sua preocupação. De verdade, eu penso em você com os músculos tensos e o peito rígido, a respiração difícil só de pensar em seu filho, seu precioso bebê, no meio de uma confusão dessas. Mas se tiver a chance de ter reação policial negativa e se seu filho tiver uma idade razoável, deixa. Sério mesmo.

Quando falo idade razoável, cabe a cada um de nós definir isso. Eu, pessoalmente, não deixaria uma filha minha com menos de 15 anos sair de casa para algo assim sem ir junto. Ficaria muito preocupada, porque a acharia muito nova para saber como reagir à uma possível truculência - e eu levaria uma filha minha de qualquer idade para qualquer manifesto pacífico. Mas é uma questão mais pessoal. Sobre os movimentos pacíficos (como o que ocorreu aqui em Juiz de Fora), por que eu acho que você deve não apenas permitir, mas também ir junto?

Porque é História. É a história do Brasil acontecendo e é você ajudando a escrevê-la. É algo que não volta atrás. É você reinvindicando seus direitos, como uma pessoa cidadã, uma pessoa de primeira classe. Acredite em mim: fazer parte de algo assim é fazer parte de algo magnífico. É uma sensação linda quando você percebe que algo está acontecendo e você está nela. Se você nunca foi, aproveite. Proteste sim. Vá pra rua. Vá pra rua quantas vezes for preciso, chame atenção, chame todos seus amigos pra irem juntos. É o seu país e é a sua sociedade, e todo mundo tem um papel nela - não um papel "pré-definido", mas todo mundo desempenha algum papel nela. Se você não lutar para que as mudanças aconteçam, como você pode esperar que as mudanças ocorram?

Se seu filho tem idade pra ir, quer ir no protesto e há risco de truculência policial, calma. Primeira coisa, sério, calma. Primeiro compreenda que nós sentimos essa necessidade de ir lá fora protestar, mesmo que tenha uma frente inteira de PMs com armas apontadas para nós. Às vezes você só tem ideia do quão forte você pode ser e o quão grande a sua ideologia pode ser quando tem uma resistência enorme diante disso. Permita seus filhos terem a oportunidade deles de fazerem história - permita à eles exercerem a própria cidadania, mesmo que o nosso próprio governo esteja nos proibindo disso. Permita à eles aprenderem o que é coragem e o que é princípio, o princípio que faz você voltar para as ruas protestar mesmo sabendo que pode receber um tiro. Eu sei que dá medo, que é desesperador, mas permita - e se você puder, vá junto. Para experimentar você também e para resistir também. Para ser mais uma pessoa que se recusa a ceder diante dos abusos do Estado. E também, por quê não?, para proteger sua prole em um caso extremo :)

Se você não puder ir junto e sabe que a PM pode reagir com violência, então cuide para que seu filho vá seguro. As roupas devem ser grossas e proteger todo o corpo, e ele deve portar pano com vinagre, e ter sempre água. Quanto mais proteção e cuidados ele tomar, menos ele sofrerá e mais poderá ajudar os outros.

Em suma, como pais e mães, mantenedores das famílias que vocês tem, não se permitam serem cegados pela preocupação e opiniões distorcidas que a mídia tradicional anda nos apresentando. Permitam-se terem outras visões e, mais, vejam seus filhos não apenas como seus bebês, mas como cidadãos que vocês criaram muito bem e que agora eles também querem lutar pelo que eles acham certo. E vá lutar com eles você também :)

vem pra rua você também!

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